Férias para nunca serem esquecidas

Benjamin e seus irmãos passavam as férias com os pais em uma casa isolada na floresta. Suas memórias da infância escondem segredos que influenciou diretamente os adultos que os três se tornaram. Quando a mãe deles morre e os três são obrigados a voltar para essa casa, o passado e o presente colidem.

Acompanhamos as memórias da infância dos garotos, que ao retratar a liberdade permitida pelo cantinho paradisíaco, a confronta com o comportamento omissivo dos pais alcoólatras que deixaram os meninos por conta própria enquanto usavam o álcool para embotar os sentidos e não enfrentar a realidade de suas vidas.

Tudo é narrado por Benjamin, que conta, claro, seu ponto de vista dos acontecimentos e como todo personagem narrador, se torna uma pessoa não confiável.

É apenas no final da trama que descobrimos o quão deturpadas as impressões e lembranças de Benjamin sobre o passado estão e foi um dos aspectos que mais gostei da narrativa, porque quando as revelações acontecem vem a compreensão de tudo que lemos e é um verdadeiro baque absorver o que certos acontecimentos podem fazer com uma pessoa.

A narrativa se divide em dois momentos: o passado e o presente. Enquanto os acontecimentos no passado são narrados em ordem cronológica, o presente é narrados de traz para frente. É MUITO boa a forma como o autor costura esses dois tempos narrativos e como eles se completam com perfeição.

"Sobreviventes" é um livro pequeno e curto, mas que tem um enorme impacto.

Alex Schulman é um autor que pretendo ficar de olho e que vale a pena ser lido.